Biografia
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Alemão de nascimento, Hansen Bahia foi desses artistas especiais que adotou a Bahia como sua nova terra, transformando-a em fonte de inspiração para a sua produção artística. A importância da obra de Hansen no cenário mundial da arte é inquestionável. Seu nome consta em vários dicionários de arte europeus, na Enciclopédia Delta Larousse e no Dicionário de Artes Plásticas do Brasil, de Roberto Pontual; no Bahia de Todos os Santos – Guia de Ruas e Mistérios de Jorge Amado (Ed. Record, 27ª Edição, 1977, Págs. 313 a 361.).
Karl Heinz Hansen nasceu em 19 de abril de 1915 em Hamburgo, Alemanha. Foi marinheiro, escultor, poeta, escritor, cineasta, pintor e xilógrafo. Seus primeiros trabalhos artísticos surgiram no início dos anos 40. Dono de espírito e idéias progressistas, sempre lutou pelo bem-estar do homem; participou da Segunda Guerra Mundial denunciando-a no seu famoso “Drama do Calvário”. Saiu da Alemanha em 1950 e veio conhecer o Brasil. Morou em São Paulo onde teve o seu primeiro emprego como decorador na Companhia de Melhoramentos até o ano de 1955, período em que desenvolveu criativamente uma série de xilogravuras. Neste mesmo ano veio para a Bahia expor na antiga Galeria Oxumaré. A temática da boa terra o seduziu e resolveu abandonar tudo em São Paulo para morar em Salvador. Naturalizou-se e adotou a Bahia como sua terra e como nome de batismo. Em 1975, Hansen Bahia e sua mulher Ilse conhecem as cidades de Cachoeira e São Félix.
Cidadão brasileiro, baiano mais exatamente, Karl Heinz Hansen ficou conhecido profissionalmente como Hansen Bahia. Quando chegou ao Brasil, sua formação técnica e artística já era bastante completa, apesar de jovem. Mas foi no Brasil que ele floresceu; foi na Bahia que ele desabrochou. Do encontro de sua herança adquirida no país de origem com a revelação e o potencial encontrados em sua terra de adoção, nasceria uma arte matizada, rica, povoada de mulatas, embebidas pela natureza, fortalecida por pescadores e homens do povo, iluminada pelo Sol, diferenciada por uma técnica feita de virtuosidade cada vez maior. E quando chegou a hora de ele reinterpretar os mitos gregos e os temas bíblicos, para lá convergiu a totalidade de sua experiência de vida e de sua bagagem artística, plasmando em várias de suas séries de gravuras o humanismo de quem vê a morte e o apocalipse na figura de Hitler, o Mal sem redenção, e na beleza da vida e na incondicionalidade do amor, a única possibilidade de redenção. Embora consumado em várias técnicas(marinheiro, escultor, poeta, escritor, cineasta e pintor), foi na xilogravura que encontrou a melhor adequação para o conteúdo de seus temas, e nela tornou-se um mestre.
Entre suas obras as mais conhecidas são os livros de gravuras ou xilografias inspiradas em temas bíblicos e nos escritos de Jorge Amado, Castro Alves, Luís Viana Filho e François Villon.